Pros teus olhos, não pra ti

Não sei se te peço desculpas
Só pelos teus olhos
Ou se pelos teus olhos
Assumo toda a culpa

Sim, eu roubei a lupa
Pra ver teus olhos
E pra ver teus olhos
Eu deixaria de ver lua

Não é a cor da lua
O castanho dos teus olhos
E no palco do castanho dos teus olhos
Só tua pupila atua

Até minha mão sua
Vendo teus olhos
Porque vem dos teus olhos
Uma poesia que tumultua

Teus dourados, amarrados e molhados

Moça, me fale desses teus dourados
Me fale desses teus amarrados
Me fale desses teus molhados

Moça, me deixa acariciar teus dourados
Me deixa soltar teus amarrados
Me deixa secar teus molhados

Moça, me encanta teus dourados
Me incomoda teus amarrados
Me banha teus molhados

Moça, por favor, me dê a dona de teus dourados
Me dê a dona de teus amarrados
Me dê a dona de teus molhados

Confissões Naturais

Vem, deita em mim
Deixe meus ventos beijarem teu corpo
Deixe meu crepúsculo subir pelo teu rosto
Deixe eu sorrir envergonhadamente minguante para ti
Deixe eu te molhar com meus versos
Vem que sou teu universo

Boa noite!

Sei onde tens sossego
E não são em teus travesseiros
Me fala que hoje não dormiu bem

Sei qual tua paz mais profunda
E não são em abraços de espuma
Me fala que hoje não dormiu bem

Sei o que preferes,
O que pedes e o que queres
E Quer me ver outra vez,
Pra dizer outra vez...

Boa noite e durma bem!

Deu saudade, moça.


Oi, moça, como vai?
Por aqui vai tudo bem.
Estou com saudade, moça
Sim moça, saudade, de verdade

Pois cadê você?
Quer me fazer esquecer, moça?
Não precisa disso
Afinal, você disse: Só amigos!

Eu entendo e estou de boa
Mas as vezes da saudade, sabe, moça?
Até que é bom estar com as outras
Mas sou mais sua presença, moça

Moça... O nome daquilo era abraço?
Era tão bom... Tranquilo
Eu preciso dele moça
Preciso, mesmo que não possa

Sim, ia esquecendo, moça
Teu cheiro ainda ficou em algumas roupas
E não vou mentir
Ainda me pego escrevendo pra ti

Também, as vezes, me pergunto
"Onde está o encanto das outras moças?"
Quando lembro, elas não tem teu olhos, moça
As lindas, ainda são lindas
As fofas, continuam fofas
Mas falta algo, um sorriso como o teu, moça

Ei, moça, ja vai? Vai não!
Deixa eu ir junto, me dá a mão
Não? Tudo bem, também vou indo
Mas depois volto aqui...

Ah, e desculpa qualquer coisa
É que as vezes da saudade, moça

O que eu gostaria que acontecesse amanhã?

Amanhã eu queria vê-la
Eu queria sorrir
Eu queria esquecer
Amanhã eu queria tossir

Eu queria o sol de amanhã
No meu quarto logo de manhã
E enquanto o sono se desmembra
Eu queria a música que te lembra

Mais tarde ver os amigos
Gritar até que doa a goela
A noite ligar pra quem hoje não ligo
E por fim deitar com o frio que gela

Porque amanhã não chega logo?
Mas enquanto não é amanhã, escrevo
Esperando o amanhã que ainda não vejo
Ao menos a mente desafogo

Sobre teus ombros


Eu não amo ombros
Eu amo os seus ombros
Amo de fato, amo deitar neles
Quando por traz te abraço

Amo com minha barba te arranhar
Ali seu cheiro pareçe se atenuar
Sinto-me guardado, ao te guardar

Meus lábios a beijam
Meus olhos se fecham
Meus sonhos em ti deleitam

Eu não amo ombros
Eu amo os seus ombros
Neles eu me escondo
Me expondo